salazar e o trânsito intestinal regulado.

há uns dias atrás, mal abri o restaurante, entrou uma velhinha. baixinha, cabelo branco, toda vestida de preto, muito amorosa. uma avozinha. fui ter com ela de menu na mão e sorriso nos lábios: bom dia! ela olhou para mim e disse menina quero só um iogurte.
-um iogurte?
-sim, pode ser daqueles dos bifes activos.
-mas minha senhora, isto é um restaurante, eu não tenho iogurtes...
- então quero só uma empada. vi logo que a senhora não se tinha apercebido que estava num restaurante italiano e antes que ela pedisse rissóis e croquetes respondi-lhe com a melhor das intenções: olhe porque é que não vai ali do outro lado da rua, tem um café, eles lá têm iogurtes, empadas e essas coisas todas...eu levo-a lá.
a senhora levantou-se, virou-se para mim e disse enquanto saía porta fora: vocês jovens não querem mesmo trabalhar. só se fala nisto da crise, da crise, mas ninguém quer é trabalhar. eu vou a outro sítio, vou. olhe que isto no tempo do salazar não era assim sabe, aquilo é que eram tempos, toda a gente trabalhava.
ah pois, e toda a gente vendia bifidus activos, aposto.
mesmo amorosa, o raio da velha.

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