História ainda sem titulo
– então estás a dizer-me que do meu irmão não há notícias...??!!!! e o lui??? a torina????? – até agora nada!. com estas palavras o semblante de xado ficou carregado como se soubesse algo mais que não me queria dizer naquele momento. eu sentia por dentro o nó que se formava, não queria ouvir. mesmo que fosse verdade não queria ouvir. até receber algum tipo de confirmação, a ideia de voltar a encontrar todos vivos e bem, era maior do que tragédia em si. os nomes continuavam a ecoar pelo estádio em tom de esperança, o burburinho era constante e a manta de pessoas que cobria o relvado e a pista de atletismo, fazia um padrão em constante mutação. peguei no braço de xado e dirigimo-nos a uma tenda onde parecia ser possível tomar uma bebida quente. quando chegámos mais perto da enorme fila de mantas ambulantes que esperavam a sua vez, uma cabeleira loira lá ao longe desperta a minha atenção. era a elsa, a elsa raposo, mesmo ao longe aqueles lábios não enganavam. – elsaaa!!! gritei com tanto entusiasmo que várias pessoas olharam com ar reprovador, talvez porque o ambiente era pesado demais para aquela alegria que me invadiu. – pecooo!!! tás cá pá. onde tá o lui??... peco oh pá, que sorte tar viva pá, que sorte...!!! as palavras eram cortadas por soluços de choro. tentei dar-lhe um abraço mas os implantes de silicone eram tão grandes que dificultaram o gesto. a mão direita e o braço estavam com ligaduras. sentei-me ao seu lado e pus o braço por cima do seu ombro tentando acalmá-la. podia ver xado na fila que entretanto também tinha encontrado alguém que abraçava. por entre alguns soluços elsa prossegue: – naquele dia eu e o fonseca... – fonseca???? então e o songalo??? – oh pá, não me digas nada pá, esse gajo é um bruto!!! – o quê? não me digas que essa mão ...???? – não, não!! não foi ele pá! isto foi uma operação recente para tirar o nome dele que eu tinha tatuado, lembras-te??- disse ela por entre aqueles grossos lábios que eu nunca percebia se tinham expressão de riso, de choro ou outra coisa qualquer. – então? tu e o songalo... tanta coisa... ele era tatuagens, ele era casamento... então??? _ oh pá, pois é pá... foi uma fase má, tipo eu não sei onde é que estava ca cabeça. áliás, eu continuo sem saber onde é que tou ca cabeça, ou o qué que tenho dentro dela. o assunto era sério. dava para perceber, não pela expressão mas, sim pelo tom de voz que se tornou grave e baixo. celsa continuou: – mas naquele dia, eu e o fonseca saímos de manhã cedo para uma viagem a fátima. ia uma vez mais com a pessoa que amo, abençoar a nossa relação... oh pá, sabes como eu sou. até já sou conhecida lá no santuário pá, já todos os padres me cumprimentam e são supé'simpáticos comigo... giríssimo não é? isto deve ser do jeito que eu tenho para relações púbicas, adiante... mas o que é que eu tava a dizer mesmo...???? celsa parecia baralhada. aproveitei o deslize e deslizei para perto de xado que entretanto estava sózinho. celsa continuou no chão sentada a olhar o céu e a largar palavras para o ar que se perdiam no barulho dos nomes que saíam do megafone. *nota do autor (qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência)
Assim que pude sai daquele pesadelo, não sem antes dar o código ao Xado do meu Pctvmov, para que pudesse entrar em ligação comigo quando precisá-se, no rent a car perto do estádio, aluguei um veiculo hibrido, fusão a frio/ hidrogénio, já não havia movidos a ar comprimido, mas não era mau de todo. Quando o petroleo se extinguio, saltaram para o mercado mil e uma formas de energias alternativas, consta-se que já existiam muito antes de este acabar mas devido a razões economicistas foi o que se viu. Passaram por mim Helibulâncias sem fim, na megastrada a caminho de Lisboa os helibeiros eram tantos que reservaram oito das doze faixas de rodagem só para eles. O rio chegava a Alverca, a avenida da Crel, que antes dividia Lisboa entre zona histórica e as avenidas novas que iam de Mafra passando por Torres Vedras até Torres Novas, era agora a marginal. Ainda tenho presente a altura em que o rio chegava apenas ao alto do Parque Eduardo VII (agora batizado com o nome de Jeronimo de Sousa) e o castelo de São Jorge assemelhava-se ao de Almorol. Havia visitas Guiadas de submarino para conhecer a Baixa, Alcântara e toda a zona inundada em 2038. A peninsula, perdão a ilha Ibérica tinha sido tambem afectado por esta altura com os glaciares de tamanho continental que flutuavam pelos oceanos tal e qual uma jangada de pedra. E foi ali naquele posto de controlo que a vi pela primeira vez, .... (continua)
..., a sua pele era morena, os olhos ligeiramente rasgados e o nariz um pouco arrebitado. Ocupava-se a vêr os passaportes digitais, e deixava ou não, as pessoas entrarem no perimetro da zona denominada "+30". Quando era miudo enchia os bolsos de amendoins, corria para o parque e alimentava as primeiras rolas que via, instantes depois mal conseguia vêr o chão tal era a quantidade que caia sobre mim, aqui sinto o mesmo, entre esta multidão desesperada, que não procurava alimento para o corpo mas sim para a razão. Alguns desejavam vêr os seus pertences, outros os seus parentes, mas a maioria nem sabia para onde ir. O dialecto Português praticamente já não se ouvia, esta provincia foi a primeira a absorver o Uês (uma mistura de Inglês, Espanhol e Alemão do principio do sec.)a lingua oficial da UEP (União Europeia das Provincias) acrescendo o facto que esta provincia da UEP foi das mais afectadas com aquilo que ficou conhecido pela "Invasão dos esfomeados". No inicio do sec. XXI a chegada de imigrantes Africanos á antiga UE, começou por ser feita atravês de pequenissimas embarcações que traziam entre 50 a 100 pessoas, e os poucos que sobreviviam á viagem eram facilmente apanhados pela Guarda. Uns eram repatriados (os idosos e doentes) outros eram explorados pelos empresários. A UE na altura tinha uma população envelhecida e os sistemas de segurança social falidos mas mesmo assim a entrada a imigrantes sempre fora muito condicionada. Por volta de 2020 estes barquinhos foram substituidos por petroleiros, paquetes, cruzeiros e aviões com milhões e milhões de pessoas esfomeadas provenientes de paises como a Libia, Egipto, Iraque (o que restou dele) e praticamente todo o continente africano. Eles só fugiam da miséria e da fome dos seus paises, claro que houve alguma violência mas tendo em conta os numeros envolvidos (falou-se em cerca de 20 milhões)foi tudo muito pacifico, espalhados por toda a UEP vieram dar um forte crescimento a esta economia que já se encontrava bastante atrás da Chineza e da Indiana. Zoe, dizia o seu cartão de indentificação .... (continuação) quem quiser continuar a história ponha no titulo 5,6,... - HISTÓRIA AINDA SEM TITULO
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